sábado, 26 de março de 2011

“A CADELA DE BERSEN”

Irma Grese (Wrechen, 7 de outubro de 1923 — Hameln, 13 de dezembro de 1945) foi uma supervisora de prisioneiros nos campos de concentração de Auschwitz-Birkenau, Bergen-Belsen e Ravensbruck, durante a Segunda Guerra Mundial. Apelidada de "A Cadela de Belsen" pelos prisioneiros deste campo por seu comportamento sádico e perverso, foi uma das mais cruéis e notórias criminosas de guerra nazistas, executada na forca pelos Aliados ao fim do conflito.

Filha de um leiteiro filiado ao Partido dos Trabalhadores Alemães Nacional-Socialistas e de u'a mãe suicida, Irma deixou a escola aos quinze anos de idade, devido ao pouco empenho aos estudos e a seus interesses fanáticos em participar da Bund Deutscher Mädel (Liga da Juventude Feminina Alemã), que seu pai não aprovava. Entre outras atividades, trabalhou dois anos num sanatório da SS e tentou, sem sucesso, se formar como enfermeira.


Irma foi um dos principais réus no julgamento de criminosos de guerra de Belsen, realizado entre setembro e dezembro de 1945. Sobreviventes dos campos testemunharam contra ela, acusando-a de assassinatos e torturas. Sempre usando pesadas botas, chicote e um coldre com pistola, entre outros atos Irma era conhecida por jogar cachorros em cima dos presos para devorá-los, assassinar internos a tiros a sangue frio, torturas em crianças, abusos sexuais e surras sádicas com chicote até a morte. Em seu alojamento após a captura do campo, foram encontrados abajures com as cúpulas feitas de pele humana, de tres prisioneiros judeus assassinados e escalpelados por ela.

Condenada à forca - aos 22 anos a mais jovem condenada à morte sob leis britânicas no século XX - foi executada na prisão de Hameln, Alemanha, em 13 de dezembro de 1945 e suas últimas palavras ao carrasco foram: "Schnell!" (Rápido!).
Irma Grese na Prisão de Celle

A Sentença

No 54º dia do julgamento foi pronunciada a sentença do tribunal. Os acusados tiveram que ficar em grupos nos degraus da segunda e terceira bancada. Irma Grese foi conduzida junto a Elisabeth Volkenrath e Johanna Bormann. Elas foram consideradas culpada em ambas as cortes. Dos acusados, foram declarados culpados 8 dos homens e 3 mulheres, sentenciados a morte e outros 19 a vários termos de encarceramento. Foram passadas penas de morte para oito dos homens, que receberam a seguinte sentença:

O PRESIDENTE - "Nº. 1 Kramer, 2 Klein, 3 Weingartner, 5 Hoessler, 16 Francioh, 22 Pichen, 25 Stofel, 27 Dorr. As sentenças deste Tribunal para cada um de vocês de quem eu nomeei há pouco é que vocês sofrerão morte por enforcamento."

Semelhantemente três mulheres receberam a penalidade máxima, com a seguinte sentença:

O PRESIDENTE - "Nº 6 Bormann, 7 Volkenrath, 9 Grese. A sentença deste tribunal é que vocês sofrerão morte por enforcamento."

Elizabeth Völkenrath, em lágrimas, olhava longinguamente para o alto, com a respiração pesada; Johanna Bormann mergulhou em sí mesma; mas Irma Grese permanceu com o rosto invariável e principiou ir embora. Mulheres da polícia militar conduziram as três mulheres para fora." Ela mostrou pouca emoção do início ao fim quando a sentença de morte foi traduzida para o alemão como “Tode durch den Strang, literalmente, morte pela corda.

Quanto à “cadela de Bersen”, suas últimas palavras foram: "Schnell!" (Rápido!).




Muitos dos sobreviventes de Bergen Belsen testemunharam contra Irma, que rejeitou a culpa contra várias acusações. Eles forneceram extensos detalhes de assassinatos, torturas, crueldades e excessos sexuais empregados por Irma Grese durante seus anos em Auschwitz e Bergen-Belsen. Sobreviventes de Auschwitz testemunharam que ela usava habitualmente botas, carregava um chicote e uma pistola e que estava sempre acompanhada por um cão feroz. Declararam que seus atos eram de puro sadismo e que tinha satisfação sexual com atos de crueldade, batendo em prisioneiras com seu chicote de equitação e usando prisioneiros para satisfazer suas inclinações bissexuais sádicas. Apesar de tais afirmações, sobre seus "excessos sexuais", publicadas em livros, posteriores a guerra, tais fatos nunca foram realmente comprovados, pois eram declarações isoladas, relatadas principalmente por Olga Lengyel e Gisela Perl, e não de conhecimento geral. Falou-se que ela usava métodos físicos e emocionais para torturar os internos dos campos e que batia em prisioneiras até a morte e atirava em outras a sangue frio. Afirmou-se que tinha sido encontrado em sua barraca, em Birkenau, um abajour, que ela mandou fazer, com a pele de três prisioneiras, porém, tal abajour nunca foi visto ou foi encontrado qualquer vestígio de sua existência. As acusações de assassinato foram feitas em depoimentos juramentados, mas nenhuma delas foram confirmadas, pois não foram citados nomes das vítimas. As mais sérias acusações contra ela eram de que ela estava presente quando os prisioneiros eram selecionados para a câmara de gás, em Birkenau, e que ela tinha participado em forçar as mulheres a fazer fila para a inspeção do Dr. Mengele. Ela admitiu em seu julgamento chicotear prisioneiros e também bater com uma vara, apesar de saber que ambas as práticas eram contrárias as regras do campo. Negou que tivesse um cão, que tivesse espancado até a morte ou atirado em algum prisioneiro. Negou ter selecionado prisioneiros para as câmaras de gás, embora estivesse presente na formação das filas e, fato importante, é que somente os médicos tinham autoridade de fazerem seleções. Muitas das acusações, tanto durante o julgamento, através de depoimentos juramentados, ou, até mesmo publicados depois da guerra, nunca foram realmente comprovados e, desta forma criou-se um mito de beleza e crueldade, hoje conhecida como a "Bela Besta". Entretando, questionada, durante o julgamento, se era culpada ou não, disse: “ Sem culpa."

Irma Grese e Josef Kramer

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